15h31
Um pecuarista foi indiciado por tortura e injúria
por agredir o filho e ameaçar arrastá-lo na rua em Três Lagoas (MS), a
310 quilômetros de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Segundo a
denúncia feita à Polícia Civil na última segunda-feira (30) pela mãe do
adolescente de 16 anos, o garoto foi espancado por ser homossexual.
“Ninguém pode ser discriminado por sua orientação sexual, a qual deve
ser respeitada por todos”, conclui o delegado Paulo Henrique Rosseto de
Souza, titular da 1ª Delegacia de Polícia do município.
De acordo com a mãe, o pecuarista agrediu e tentou trancar o filho em um quarto, sem energia
elétrica, durante a madrugada. “Ele bateu na cara do menino, derrubou
ele no chão, montou em cima e continuou dando socos e tapas em seu rosto
e humilhando, dizendo que gay tem que apanhar mesmo, que é lixo,
vagabundo”, relatou a mãe.
Para evitar mais agressões, os irmãos e mãe levaram a vítima para a casa da avó. O pai
foi ao local, jogou novamente o filho no chão e começou a agredi-lo com
socos e pontapés. “Bateu a cabeça do menino no chão e dizia que estava
‘endemoniado’ e que iria tirar o capeta dele na unha”, contou a mãe à
polícia.
O garoto foi levado para o hospital pelo próprio pai. No caminho, ameaçou matar o filho caso não deixasse de ser homossexual. Segundo testemunhas, o pecuarista amarrou uma corda na perna do adolescente e ameaçou jogá-lo para fora do carro e arrastá-lo na rua.
O
Conselho Tutelar foi acionado e encaminhou a vítima e a mãe até a 1ª
Delegacia de Polícia, onde registraram boletim de ocorrência, foram
ouvidos e encaminhados para exames de lesão corporal. Com medo, a mãe do
adolescente, que alega ter também sido agredida verbalmente pelo
pecuarista, pediu medidas protetivas, para que ele não se aproxime dela
ou do garoto.
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