quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Delegado-geral se diz surpreso com declaração de coronel sobre crime na Brasilândia

Atualizado: 08/08/2013

Comandante do 18º Batalhão da PM disse que mortes teriam relação com denúncia de corrupção feita pela cabo Andreia Pesseghini; ele voltou atrás nesta quinta
 PM morta teria delatado colegas; filho segue suspeito
SÃO PAULO - O delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Luiz Maurício Souza Blazeck, disse na tarde desta quinta-feira, 8, que as declarações do comandante do 18º Batalhão, coronel Wagner Dimas, sobre o crime ocorrido esta semana na Brasilândia, na zona norte da capital, também o surpreenderam. Dimas afirmou nessa quarta-feira,7, que a cabo Andreia Pesseghini, de 36 anos, morta em casa com a família, havia denunciado colegas por participarem de roubos a caixas eletrônicos. O oficial chegou a cogitar que a delação pudesse ser o motivo dos assassinatos e colocou em dúvida a principal linha de investigação da polícia: o filho de 13 anos de Andreia teria assinado os pais, a avó, a tia-avó e cometido suicídio.
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Nesta quinta-feira, o coronel voltou atrás e negou haver qualquer denúncia por parte de Andreia em seu batalhão. A mudança de postura ocorreu em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar e foi revelada pelo SPTV, da TV Globo. A PM foi procurada pelo Estado e ainda não se manifestou oficialmente.
Segundo Blazeck, a surpresa ocorreu porque o fato novo apresentado pelo comandante Dimas não estava na dinâmica dos assassinatos. "Para ter relevância para as investigações", disse, "é preciso existir um nexo de causalidade entre as acusações e o crime". Na visão do delegado-geral, essa relação não parece existir.
O crime. Na segunda-feira, 5, foram encontrados na residência da família na Brasilândia os corpos de Andréia Pesseghini, seu marido, Luiz Marcelo Pesseghini, de 40 anos, sargento da Rota, sua avó, Benedita de Oliveira Bovo, de 65, sua tia-avó, Bernardete Oliveira Silva, de 55, e de seu filho, o estudante Marcelo Pesseghini, de 13 anos. Todos foram mortos com um tiro na cabeça. A única hipótese trabalhada pela polícia no momento é que o garoto cometeu as execuções e se suicidou em seguida.
O estudante foi encontrado com a arma do crime na mão e é visto em gravações do circuito interno de um prédio dirigindo o carro dos pais após as mortes. Marcelo teria matado a família de madrugada, ido à escola e se matado ao voltar para casa. A investigação é conduzida pelo delegado Itagiba Franco, diretor do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
 

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