quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Eike Batista pretende vender mais de 5% de suas ações na OGX, diz empresa em comunicado

Atualizado em 29/08/2013


Em mais um dia de fortes perdas das ações da OGX Petróleo, que voltam a valer menos do que R$ 0,50, a companhia informou, em comunicado ao mercado, que o empresário Eike Batista pretende se desfazer de mais de 5% de suas ações ordinárias (ON, com voto) na petroleira, com vendas pontuais na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Somente no pregão de ontem, Eike Batista vendeu 49,8 milhões de ações, correspondente a 1,54% do capital social da companhia. A OGX acrescentou que, mesmo com as vendas, o empresário continuará controlador da petroleira, com uma participação acima de 50,01%.

“Conforme informado pelo nosso acionista controlador, as referidas vendas fazem parte de contínuo processo de aperfeiçoamento da sua estrutura de capital, e têm por objetivo cumprir determinas obrigações financeiras com credores da holding EBX”, informou a petroleira, no comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acrescentando que “somadas as alienações realizadas pelo acionista controlador da companhia desde março de 2013, o mesmo teve sua participação reduzida em 5,67% do capital social total da OGX”.

As ações da OGX derretem nesta quinta-feira, em meio a uma série de notícias negativas nos últimos dias. Os papéis tinham queda 14,04% por volta das 13h40m, a R$ 0,49, após a companhia informar, em comunicado ontem à noite, que a Petronas “não tem direito” a adiar fechamento da compra de dois blocos em Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, operação anunciada em maio deste ano. Na mínima, as ações chegaram a tombar 22,81%, cotadas a R$ 0,44.



Na segunda-feira passada, o presidente da Petronas, Shamsul Azhar Abbas, disse na Malásia que o pagamento inicial de US$ 250 milhões pela compra de Tubarão Martelo da OGX estaria suspenso até que haja “maior clareza em relação à reestruturação em exercício”.

Em comunicado ao mercado na noite de ontem, a OGX informou que a malaia Petronas não tem direito de adiar o fechamento financeiro de transação para a venda de fatia de dois blocos na bacia de Campos. A OGX acrescentou que está “empenhada em buscar uma solução que preserve o interesse de ambas as companhias”. A empresa ressaltou, porém, que "não existe qualquer definição a esse respeito".

O pessimismo é reforçado por um relatório dos analistas Frank McGann e Conrado Vegner, do Bank of America Merril Lynch, divulgado na noite de ontem, que manteve o preço-alvo — valor considerado justo a se pagar uma uma ação — da OGX em apenas R$ 0,10. Os analistas avaliaram que o caixa da companhia segue um ponto crítico e que o adiamento do pagamento por Tubarão Martelo aumenta os riscos da empresa.

Ontem, as ações da OGX fecharam em queda de 17,39%, cotada a R$ 0,57. Pesaram sobre as ações os rumores de que o BTG Pactual, banco que tem atuado na reestruturação do grupo EBX, estaria se desfazendo das ações da petroleira. Procurado, o BTG Pactual não comentou a informação. Também ontem, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informou que a empresa vai pagar R$ 3 milhões por “consumação da operação sem autorização prévia do órgão”.

Procurada, a OGX informou que “não comenta movimentações de mercado”.

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