terça-feira, 17 de setembro de 2013

Escudero é suspenso por 30 dias e já pode voltar a campo pelo Vitória

Atualizado em

Auditores votam pela pena de 60 dias, mas voltam atrás e decidem pela redução do tempo de suspensão. Médico do Vitória fica fora por um ano

Escudero; meia do Vitória (Foto: Thiago Benevenutte) 
Escudero presta depoimento no STJD
A tarde não foi só de más notícias para a torcida do Vitória. Depois do veto dos médicos a Biancucchi, Cáceres e Neto Coruja, o clube teve um abono: o meia Escudero foi suspenso por 30 dias pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em julgamento no início desta noite, depois de ter sido flagrado no exame antidoping. Como já cumpriu a pena preventiva, o jogador já pode voltar a campo pelo Vitória. Já o diretor médico do clube, dr. Ivan Carillo, pegou um ano de suspensão.
Inicialmente, os auditores haviam votado por um gancho de 60 dias - o que levaria a um retorno do atleta na semana do Ba-Vi do segundo turno. No entanto, quando o julgamento chegava ao fim, já nas palavras finais do presidente da sessão, alguns decidiram voltar atrás. Os votos fora modificados, e Escudero levou a pena mais branda.


O exame antidoping foi realizado após a partida contra o São Paulo, realizada no dia 14 de julho. O resultado mostrou que o meia tinha feito uso de corticoide, substância proibida pela Agência Mundial Antidoping. Preventivamente, Escudero foi suspenso por 30 dias.
O jogador argentino esteve presente no STJD, no Rio de Janeiro, acompanhado pela esposa, Florência. Ao prestar depoimento, Escudero foi breve. O meia contou que, na época da partida contra o time paulista, teve um resfriado durante três dias e passou por uma sinusite. Como os medicamentos indicados pelo departamento médico do Vitória não surtiram efeitos, o jogador procurou uma especialista fora do clube, depois de avisar aos médicos rubro-negros. Escudero afirmou que, depois de ter autorização do DM, fez uso do medicamento pela última vez na manhã do dia daquele jogo.
Escudero; meia do Vitória (Foto: Thiago Benevenutte) 
Escudero comparece a julgamento no STJD, acompanhado pela esposa
Dr. Ivan Carillo, médico do Vitória, também prestou depoimento durante o julgamento. Segundo ele, o jogador foi autorizado a usar o corticoide e o antibiótico receitados pelo especialista depois que os médicos se reuniram para avaliar a situação. Dr. Ivan relatou que houve uma melhora notável do atleta após o uso da medicação.
- Foi um erro do departamento médico do clube, um erro induzido, pelo que o Dr. Runco [José Luiz Runco, médico da Seleção Brasileira] nos disse. Ele me falou que usa fazendo infiltração nas articulações em jogadores. Por isso autorizamos. Não houve a intenção de dopar. O atleta está isento, foi induzido a tomar o medicamento – declarou Carillo, que reafirmou que não tinha conhecimento sobre a proibição da substância.
A primeira testemunha da Procuradoria foi Fernando Solera, presidente da Comissão de Controle de Dopagem da CBF.
- O uso de corticoide acaba sendo prejudicial à saúde se for feito em quantidade excessiva e por tempo prolongado. Não tem a menor interferência na performance, nem para mais e nem para menos. Você não pode cercear um tratamento médico de forma adequada – afirmou Solera.
Ivan Carillo; médico do Vitória (Foto: Thiago Benevenutte) 
O médico Ivan Carillo acabou suspenso por um ano
A médica que receitou o remédio que continha corticoide para Escudero também foi ouvida. Em depoimento, a otorrinolaringologista, identificada apenas como dra. Patrícia, afirmou que não tinha conhecimento sobre as substâncias proibidas no antidoping. A médica, que não tem ligações com o Vitória, disse que medicou o jogador sem que sua profissão influenciasse no atendimento. Já o dr. José Olímpio, médico que atendeu Escudero no clube, afirmou que autorizou o uso do remédio devido ao quadro clínico do atleta.
A Procuradoria deu sua versão e argumentou que todo jogador é responsável pelas substâncias que entram em seu corpo.
- A gente não pode excluir a responsabilidade do atleta. É experiente, entende bem o português – afirmou o subprocurador geral William Figueiredo, que pediu aplicação da pena de dois anos de suspensão a Escudero e quatro anos para o dr. Ivan Carillo.
Em defesa de Escudero, a advogada do Vitória, Patrícia Saleão, procurou isentar o jogador. Ela argumentou que o meia é subordinado do clube e confiou em seu departamento médico.
Entenda o caso
Escudero foi pego no exame antidoping após a partida contra o São Paulo, realizada no dia 14 de julho, no Barradão. O jogador, que teria feito uso de corticoide, foi suspenso preventivamente por 30 dias no início de setembro.
De acordo com o clube, o atleta estava com uma forte crise de sinusite e foi encaminhado a uma médica especializada. Na consulta, o jogador recebeu a indicação de um antibiótico e um antinflamatório, chamado Prelone. O uso do medicamento foi autorizado pelo departamento médico do Vitória.
- No meio de julho, ele estava com crise forte de sinusite, procurou o departamento médico e foi orientado e levado a um profissional da área para fazer o tratamento. Após ter sido receitado, o atleta retornou com a receita, apresentou e foi autorizado ao uso do remédio. Queria deixar claro que o departamento médico autorizou por um motivo: em um congresso com médicos de futebol, em Natal, foi oferecida uma lista com remédios similares - disse o diretor de futebol, Raimundo Queiroz, ao anunciar a suspensão no fim do mês de agosto.
Escudero foi contratado pelo Vitória no início deste ano. Rapidamente o argentino se tornou o principal homem no meio de campo da equipe. No Brasileirão, foi titular em 12 das 16 partidas da equipe.

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